domingo, 30 de março de 2008

Futebol

Algumas pessoas dizem que a religião mais popular no Brasil não é a católica, mas a futebolística. Assisti a um jogo em Porto Alegre e acho que o entusiasmo dentro de um campo é bem mais forte do que o da igreja. Todo mundo berra, usa palavrões e observa o jogo como se fosse uma luta entre Deus e o diabo. O estádio é praticamente o antigo Coliseu romano, onde no passado os gladiadores lutavam. Acho que assistir a uma partida foi uma das minhas melhores experiências no Brasil.

Quando voltei para Seattle em março, descobri que não existe uma escola que ofereça aulas de português mais avançadas. É uma pena, pois agora tenho mais tempo, já que não preciso prestar outros exames de certificação. Se não posso continuar nas aulas de português, acho que deveria aprender um pouco da cultura brasileira. Ando pensando seriamente em jogar futebol.

Há vários times aqui em Seattle para pessoas como eu, ou seja, pessoas que têm vontade de jogar futebol, mas não têm talento. Eu vou me reunir com um time desses em duas semanas. Já comprei todo o equipamento, sei que posso correr e estou em boa forma física. O único problema é que a última vez que joguei futebol eu tinha 15 anos.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Allergies

I saw a specialist this afternoon to find out if there was a cure for my allergies. I have been taking medications for at least eight years and apparently there is nothing that makes them go away.
I first found out that I had allergies to mosquitoes. Then found I had problems with the smaller insects, changes of temperature (no, nobody else has it, but I do have it), then dust, nickel, sun. I also think I have allergy to the facial cream I started to use two days ago...
My doctor said I will need to be tested to make a clearer diagnosis (three different kinds of allergy tests, plus a blood test, sweat test, and something else I don't remember). It is not fun. I really hope he will not find anything new.

quinta-feira, 27 de março de 2008

...

I had decided I would post at least one short paragraph per day here. Even though I usually write a lot in English to communicate to my international friends and, especially to my boyfriend, I definetely need more practice.

Despite this, I confess I am not very inspired to write today. I have been sending hundreds of e-mails in English to get information about my visa, about the Sevis fee, about my deadlines, and it is making me feel exhausted.

It is amazing how bureaucracy is a killjoy.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Medida de Vida

Hoje, jantei com meu amigo, Gabe, que foi para Beijing hoje. Ele estava alegre porque quis fazer algo aventurosa nessa parte da vida dele. Posso compreender isso. Já falta dele- ele é um de meus amigos com quem que faço muito nos fins de semanas e outros tempos.

Agora, estamos na pior parte do nossos planos- Raquel esta em Porto Alegre, vendendo todas coisas dela, e esperando a entrevista com o consulto Americano em São Paulo. E ela não esta alegre, com certeza.

Não posso fazer quase nada para ela. Não tenho ideias para ajudar, não tenho medidas ou algum avaliação da situação se não obtivéssemos uma visa.

Tenho certeza que amo ela, independentemente que acontece.

Que mais quero dizer?

Agora o trabalho esta difícil. O mercado esta piorando, contra que todos os jornais disse, e não sei o que vai acontecer. O mercado e a economia ensina humildade, porque é complexo e ninguém pode predizer nada. Não acredito que estamos no fim de esse crise.

Upside down

Since Bryson and I decided to move in together I have been trying to sell my stuff in Brazil. Stuff, this very generic word, in this case means my television, fridge, posters, mixer, iron, and so on... Everything.

My furniture and electronics have tags, there are boxes everywhere and strangers have been invading my apartment to check out prices. It feels so awkward!

If everything goes well, however, I will be leaving Porto Alegre in the beginning of May, and Brazil before the end of May. No comfort until there.

I just hope nobody will buy the coffeemaker. Seriously. I can handle almost everything, but coffee is vital to face these difficult days. I already overvalued it.

terça-feira, 25 de março de 2008

Dreamily

My subconscious told me this morning I have been missing my boyfriend very badly.
Last night, my mind took us to his apartment and he invited me to stay over. I asked:
- What else do you have to offer?
And he answered:
- A bottle of wine.
Then I thought:
- What a perfect life.
I woke up alone.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Start it up

People don't really need to know me well to find out I love to write. I worked for a newspaper, my thesis has 111 pages, and I graduated in Journalism, right? I obviously like it.
I always remember that when I was a little girl, learning my first words, I liked to pretend I was a writer. My mom had an old typewriter and I used to type a couple of sentences using my short vocabulary. Most of them didn't make any sense, but I tried very hard. Once, I wrote a story about a bird learning to fly. My mom was very proud on that day and told me I could actually invest on my career. That is not to say that my story was anything like a best-seller, but people should not expect great imagination and creativity of a 6-year-old girl (we are not talking about Mozart or other genius of human history).
Writing in English makes me feel like that. I do like this language, I do like to write, but it is so hard to organize my ideas and feelings when I already have a beautiful and powerful language in my mind, the wonderful Portuguese!
Sometimes I feel that I am still a child when I communicate in English. There is so much to learn, so many phrasal verbs, hundreds of idiomatic expressions... And there is the "th" sound that doesn't exist in Portuguese!
Two analogies for this first post: I will fall down many times before flying by myself. And: the little girl here has an Advanced English Dictionary named Bryson this time.

sábado, 22 de março de 2008

Amor à distância

Na vida, temos vários interesses; temos desejos dos mais diversos tipos. Eu sei disso. Mas, para mim, o amor sempre é o mais importante.

Admito que às vezes vejo mulheres bonitas e penso nisso. Mas, o mundo só tem uma Raquel. Para mim, apesar da distância, das ligação ruins no skype e do dinheiro que gasto, só quero ficar com ela, porque ela é o amor da minha vida. É verdade.

A pior coisa do relacionamento à distância é quando um de nós tem uma dificuldade, está triste, com medo ou tem um sentimento confuso. Nós não podemos nos abraçar, conversar ou olhar nos olhos do outro. Só temos uma voz, um texto, uma mensagem na Internet. Isso não é suficiente. Porém, quanto mais brigamos, pior nos sentimos.

Com ela, pela primeira vez da minha vida, comecei a me sentir completamente perdido quando percebo que há algo errado no nosso amor. Eu sinto que ela já é uma parte de mim.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Sobre meu emprego

Ouvi hoje que a minha empresa vai mudar na próxima semana, mas não sei bem o que vai acontecer. Geralmente, os empregados comuns são os últimos a saberem dessas coisas. Tenho um pouco de medo e um pouco de esperança também.

domingo, 16 de março de 2008

Minha viagem ao (e no) Brasil

Fui ao Brasil para a formatura da minha linda namorada, Raquel. Ela se formou em Comunicação Social - Jornalismo e eu, seus amigos e sua família nos sentimos orgulhosos. Ela estava muito linda na cerimônia e depois na festa.

Desde o início, a viagem foi difícil. Quando pedi para tirar férias em fevereiro, minha chefe não aceitou. Ela disse que meu colega viajaria ao mesmo tempo e que eu não poderia. Depois, pedi ao chefe dela, que atualmente é meu chefe também. Ele me deu permissão para viajar, mas cheguei um pouco depois do previsto, só no dia 16 de fevereiro. Como sempre, a viagem foi longa, embora eu acredite que o tempo passa mais rápido quando sei que minha namorada estará no outro lado.

Quando cheguei em Houston houve uma tempestade. O vôo demorou duas horas e meia e chegou em São Paulo atrasado o suficiente para que eu perdesse minha conexão para Porto Alegre. Troquei de vôo com a empresa TAM (tudo em português, então) e liguei para a Raquel. Tentei explicar tudo para ela, mas não consegui porque a ligação terminou de repente. Cheguei no aeroporto de Porto Alegre atrasado, peguei um táxi sozinho e cheguei no apartamento dela muito cansado. Ela estava preocupada com o namorado dela, sozinho, exausto e com dificuldades com o Português. O atraso total foi em torno de 3,5 horas. Contudo, ela estava alegre.

Nos primeiros dias, fomos para Pelotas, a cidade onde ela cresceu e onde a mãe dela mora agora. Lá, recebi uma ligação sobre uma entrevista da emprego e consegui (com dificuldade) entender a mulher que estava me ligando e marquei a entrevista. Pela primeira vez em minha vida, tinha uma entrevista em uma outra língua. Fiquei feliz pois consegui uma oferta.

Meu pai chegou em Porto alegre 5 dias depois de mim. Ele chegou um pouco cansado, mas agüentou a viagem. No dia seguinte já era a formatura. Raquel estava bem linda, com um vestido longo e cabelo arrumado. Que linda. Gostei da festa, mas a cerimônia de colação foi longa e um pouca tediosa, especialmente na parte final.

Depois da formatura dela, nos divertimos mais ainda. Fomos para a praia, onde havia bastante gente da Argentina, e depois a São Paulo. Não consegui nenhuma resposta de nenhuma empresa em São Paulo. Só uma resposta, uma entrevista e uma oferta, em Porto Alegre. Todos os outros não responderam. A oferta era boa e nós discutimos a proposta por muito tempo, mas, no final, decidimos morar nos Estados Inidos por, no mínimo, dois anos. Ela freqüentará a universidade aqui. Foi uma decisão bem difícil, mas correta, acho. Estava um pouco triste porque queria morar lá, mas terei outras oportunidades.

Então, só faz duas semanas que isso aconteceu, mas já estou com saudades do Brasil e, muito mais, da minha Raquel.

terça-feira, 11 de março de 2008

Tempos Interessantes

De uma maneira estranha, eu tenho sorte. Comecei minha vida profissional em um tempo raro e interessante. Estou trabalhando durante um desastre para os mercados e a economia americana. Agora, a crise de crédito, causada pelo desastre com o setor imobiliário e os grandes débitos dos consumidores, é uma ameaça à economia global. O dólar está caindo, os bancos dos Estados Unidos e da Europa não têm boa capitalização e os bancos centrais estão buscando novos modos para distribuir fundos às empresas que são, basicamente, mais afetadas pelo tumulto no mercado. Hoje, o Banco Central americano - que se chama Federal Reserve ou 'Fed' - anunciou a criação de um novo leilão de fundos. O Fed vai fazer empréstimos para bancos e corretores e aceitar títulos lastreados em valores, débitos dos agências do governo e hipotecas com o cotado 'AAA' como colaterais. Nós temos sorte que agora há um time no governo com uma atitude flexível e políticas criativas.
Quando a crise de crédito começou, eu estava animado. Nós achávamos que os problemas da economia trariam oportunidades para comprar títulos baratos e poderíamos nos aproveitar da situação. Agora, tenho medo sobre o futuro da minha empresa e do meu emprego, mas estou aprendendo muito. Cada dia, nós vemos uma nova divulgação de perdas ou um novo leilão de títulos e, a seguir, mais perda de dinheiro. Agora, estou sobrevivendo e esperando o fim dessa crise. Quando estiver velho, falarei com os jovens sobre o grande 'credit crunch' de 2007 e 2008.

sábado, 8 de março de 2008

para começar

Então, criei um blog. Por quê?

Eu planejei isso quando estava pensando em mudar minha vida para o Brasil. Quis um blog porque queria um lugar para escrever sobre minha vida em outro país, um país novo, uma língua nova, uma cultura nova. Poderia ser interessante, e também se morasse lá, precisaria de alguma forma para me comunicar com meus amigos aqui nos Estados Unidos.

Nós mudamos nossos planos de novo e agora minha namorada está vindo para cá. O mais importante é que nós moraremos juntos, na mesma cidade. Voltei a Seattle na segunda-feira e estou com saudade. Eu amo ela, muito. O ano passado foi bem difícil e foi a primeira vez que mantive uma namorada em outro país.

Eu vou escrever aqui de vez em quando, em Português e Inglês. Eu não vou morar em outro país, mas, certamente, minha vida vai ser muito diferente.