sexta-feira, 11 de julho de 2008

os hábitos americanos

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Um dos piores aspectos da nossa cultura é o nosso desejo de gastar muito mais dinheiro do que recebemos. Por alguma razão desconhecida, todos os países que falam inglês tem esse problema. Austrália, Inglaterra e Estados Unidos estão passando por essa dificuldade agora. Por algum tempo, esse hábito não teve conseqüências. Uma pessoa indisciplinada poderia viver uma vida cara, ter uma boa casa, um carro e outras posses. Ela podia se sentir melhor do que seus vizinhos e os vizinhos também achavam que deveriam 'to keep up with the jones', Isso é uma expressão idiomática em inglês que quer dizer que nós compramos produtos para mostrar que temos o mesmo nível de riqueza que nossos conhecidos.

Nos anos recentes, os bancos americanos estavam satisfeitos pedindo empréstimos para todo o mundo e emprestando dinheiro aos consumidores. Apesar de sermos um país de devedores, não nos preocupávamos com isso. Os preços das casas estavam aumentando, nossa riqueza parecia em boas condições e os bancos estavam dispostos a emprestar cada vez mais.

Eu não tenho esse problema cultural. Não sei por quê. Talvez eu seja mais conservador do que o povo do qual eu faço parte. Eu sempre achei que as pessoas teriam problemas financeiros e um dia os hábitos irresponsáveis resultariam em um período de ressaca depois da “festa consumista”.

Agora, nós estamos passando por uma crise financeira e eu não tenho emprego. Minha antiga empresa é um dos bancos que emprestava dinheiro para qualquer pessoa que queria gastar (mesmo sem ter um tostão) e agora está de pernas para o ar. Nesse respeito, a companhia não está sozinha. As agências do governo, o FNMA e FHLMC estão na mesma situação. Isso tudo é conseqüência desse comportamento estúpido.

2 comentários:

Unknown disse...

Hábitos amplamente estimulados pelos meios de comunicação.

Alberto - Porto Xavier - RS disse...

Olha, acho que o grande mal nisso tudo aí é muito simples. É apenas a "ganância". Agora aparecem especialistas na tv, diariamente, todos com suas análises perfeitas, apontando exatamente onde está o erro, o que foi feito ou o que deixou de ser feito. Onde esses "esperts" estavam no passado? Foram ludibriados ou a grande bolha os beneficiou também?
A criação de mecanismos, pra dizer o mínimo, exóticos, negociados em bolsa, não levaram critérios mínimos exigidos pelo acordo de Basiléia.
Quer dizer, países ditos "sub-desenvolvidos" como o Brasil não estão diretamente no foco pque aqui não se criam esses mecanismos exóticos. Fundos constituídos de créditos sobre operações de financiamento imobiliário? Operações que não levaram em consideração a provável hipótese de não-pagamento das parcelas? Onde estão os analistas de risco? E os critérios para liberação de crédito?